domingo, 26 de maio de 2013

Brasil licitará campo de pré-sal com maiores reservas de petróleo do país

RIO DE JANEIRO (AFP) - O Brasil licitará em outubro o campo de Libra, com reservas de petróleo recuperáveis de entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris, segundo novas estimativas, que se transformam na maior descoberta de petróleo na história do país, anunciou nesta quinta-feira Magda Chambriard, diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O campo, uma área de 1.500 km² em águas ultraprofundas, conhecidas como pré-sal, tem um volume de petróleo estimado que é "absolutamente incrível" e provocou "deslumbramento" entre especialistas do petróleo brasileiros, disse Chambriard. A título de comparação, o campo de Marlim, atualmente o maior do Brasil em produção (600 mil barris diários de petróleo), tem um volume recuperável de 2 bilhões de barris e o de Roncador, de 2,5 bilhões, informou. "Libra é um campo muito grande, muito diferente do que tínhamos até agora. (...) Tenho 30 anos na indústria de petróleo e nunca vi algo parecido. Algo deste porte chamará a atenção de todo o mundo", disse a diretora da ANP. As reservas in situ do campo de Libra, situado na bacia de Santos, a cerca de 180 km da costa do Rio de Janeiro, são estimadas pela ANP entre 26 e 42 bilhões de barris. Chambriard explicou que a cifra de reservas recuperáveis, de 8 a 12 bilhões, é calculada com base "em um número razoável de 30%" de recuperação das reservas in situ. Estas estimativas, realizadas no mês de maio e que consideram dados obtidos após a perfuração de um poço na área, substituem cifras anteriores menos confiáveis. O consumo anual de petróleo no Brasil "é de cerca de 800 milhões de barris, apenas na reserva de Libra haveria petróleo para satisfazer durante 12 anos o consumo atual", disse Florival Carvalho, integrante da diretoria da ANP. A licitação anunciada pelo Brasil para outubro é a primeira de áreas no pré-sal, desde que essas jazidas gigantes de águas ultraprofundas foram descobertos em 2007. As jazidas do pré-sal, de 149 mil km², localizadas sob uma espessa camada de sal entre 5 km e 7 km abaixo do nível do mar, foram descobertas em 2007. Depois deste leilão, que seria realizado no dia 28 de novembro, mas foi antecipada para a segunda quinzena de outubro, a próxima do pré-sal acontecerá em 2015, disse Chambriard. O campo será leiloado em um só bloco, sob a nova legislação do "regime de produção compartilhado" aprovado em 2010 e que amplia o controle do Estado e seu lucro sobre as reservas do pré-sal. A Petrobras, será a única operadora e terá 30% de participação obrigatória em todas as concessões do pré-sal, segundo a lei. A ANP licita os 70% restantes, em que a Petrobras também pode ter uma participação se ganhar a licitação sozinha ou em consórcio com outras empresas. Atualmente, o Brasil extrai do pré-sal cerca de 300.000 b/d de petróleo. Para 2017, a Petrobras pretende extrair 962.500 b/d de petróleo do pré-sal, o triplo da quantia atual, e para 2020 espera que 52% de sua produção total de petróleo venha do pré-sal. A Petrobras produziu um meio de 1,98 milhão de b/d em 2012, uma cifra que busca mais que duplicar para 2020. Em meados de maio, o primeiro leilão petrolífero no Brasil em cinco anos - fora das áreas do pré-sal- obteve uma arrecadação recorde de 1,4 bilhão de dólares pela concessão de 142 blocos petrolíferos em terra e mar, localizados, sobretudo, em regiões inexploradas do norte e nordeste do país. Desses 142 blocos, 34 foram obtidos pela Petrobras. Fonte: Agência Petrobras

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