sábado, 5 de novembro de 2011

Brasil deve seguir exemplo da Noruega, diz gerente do pré-sal

A Noruega, recém apontada como país de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, é um exemplo de boa administração dos recursos advindos da exploração e produção de petróleo. A afirmação foi feita pelo gerente executivo do pré-sal, José Miranda Formigli Filho, durante a Conferência Brasil 2022: Ordem e Progresso?, promovida pela Revista The Economist, no Hotel Unique, em São Paulo.

“A Noruega tem o maior IDH e é um dos países mais verdes do mundo. Mas não tolhe a sua produção de petróleo porque tem bandeiras ecológicas fortes, pelo contrário. Sabe que o petróleo gera riqueza e gera conhecimento, que será utilizado pelas gerações vindouras”, avaliou o gerente durante mesa-redonda. O país tem sido inspiração para o Brasil no desenvolvimento da indústria nacional e hoje é um dos que mais exporta tecnologia para países produtores de petróleo.

Sobre o Plano de Negócios da Petrobras, Formigli ressaltou que este é robusto e arrojado. “Mas foi feito com alta financiabilidade, levou-se em conta o preço do barril entre US$ 80 e US$ 95, abaixo dos preços atuais”. Nos projetos do pré-sal, continuou o gerente, “a viabilidade econômica é bastante atraente: conseguimos aprovar nossos projetos na faixa de equilíbrio entre US$ 35 a US$ 45 o barril. Isso nos dá uma boa margem em relação ao preço atual”, afirmou.

Ao falar do potencial da indústria nacional, Formigli ressaltou que o Brasil é exemplo internacional de qualidade em equipamentos submarinos, tais como árvore de natal molhada (equipamento que controla vazão e pressão de poço submarino). “Os fornecedores brasileiros competem internacionalmente”, ressaltou, explicando que a Petrobras também conta com tecnologia estrangeira. “Diversas empresas do mundo estão instalando centros de tecnologia no Brasil”. Para Formigli, há três motivos para os investimentos estrangeiros na indústria de petróleo e gás nacional: existe volume de trabalho que justifica esses aportes, o horizonte para desenvolver o pré-sal é longo e a qualidade do capital humano das universidades é atraente para as empresas.

A platéia de aproximadamente 300 pessoas confirmou a perspectiva promissora que se abre com as descobertas. Ao final do debate, a correspondente da revista The Economist no Brasil, Helen Joyce, mediadora da mesa-redonda, perguntou aos participantes se estavam otimistas em relação ao desenvolvimento do pré-sal. A esmagadora maioria (mais de 90%) levantou a mão quando a pergunta era quem estava otimista.

Também participaram do debate David Zylbersztajn, da DZ Negócios com Energia, e José Goldemberg, professor da Universidade de São Paulo (USP). O evento é promovido pela revista inglesa The Economist.


Fonte: Revista Tn Petróleo

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