O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), espera dar por concluído até outubro deste ano o levantamento de dados a respeito das potencialidades econômicas amazonenses, quando então passará a elaborar efetivamente seu plano estratégico de desenvolvimento até 2030.
O objetivo é reduzir em parte a dependência das atividades fabris das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), sujeitas aos humores da economia mundial, e elevar o grau de aproveitamento dos recursos econômicos regionais, até aqui subaproveitados.
De acordo com o coordenador do grupo de trabalho responsável pela elaboração do planejamento, Luiz Almir Menezes Fonseca, em dois meses e meio, no máximo, a Seplan deve ter um quadro definido a respeito das potencialidades econômicas de cada um dos municípios amazonenses. No caso de Iranduba, por exemplo, isso implica em saber tudo sobre o polo oleiro e cerâmico. Em São Gabriel da Cachoeira, há produtos minerais.
Cidade-estado
Efeitos da crise econômica de 2008/09, prolongados com os reveses na economia europeia, estão sendo sentidos no PIM, que tem amargado queda na produtividade, ao mesmo tempo em que eleva o número de demissões. Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas mostram que até o início de agosto foram realizados 14,4 mil desligamentos pelas empresas do PIM, o equivalente a 95% do acumulado nos 12 meses de 2011 (15,21 mil).
Como apenas Manaus, no Amazonas, possui um polo industrial e por seus efeitos passou a ser considerada uma cidade-Estado, Fonseca disse que uma das estratégicas é apontar programas prioritários para “desafogar” a capital e realizar a ocupação no interior.
O coordenador apontou, ainda, que recentemente outras duas tentativas de planejamento também foram elaboradas: uma em 1994 (no governo Gilberto Mestrinho), e outra em 2006, com o então governador Eduardo Braga. Mesmo não tendo sido implementados, alguns pontos desses dois planejamentos serão aproveitados no novo.
A Seplan não quer repetir o erro de elaborar um planejamento que não saia do papel, por isso tem conversado com vários órgãos que impulsionam a economia e a inovação tecnológica do Estado, como a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Comércio exterior
O planejamento que será elaborado pela Seplan terá como um de seus eixos a preocupação com o comércio exterior, considerando as possibilidades de mercado que produtos com a marca amazônica possuem. Nesse ponto, a discussão será centrada em formas de incentivos às exportações, financiamento e garantias, bem como promoção comercial.
Dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que até julho o déficit da balança comercial amazonense era de US$ 7,33 bilhões. Em 2011, foi de US$ 11,8 bilhões. Naquele ano as nossas exportações somaram apenas US$ 914,07 milhões.
Fonte: http://acritica.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário