Fechamento usina nuclear japonesa Fukashima Daiichi: implicações ao mercado mundial de GNL

13 de Março de 2011

Sumario

Adicionalmente ao terrível preço da perda de humanos e destruição física resultante do terremoto Miyagiken-Oki no Japão, o país, também, teve que arcar com cortes de energia com o fechamento da planta nuclear da TEPCO Fukashima Daiichi. Isto implica em, provavelmente, ter que se virar sobre o GNL.

Analise

Esta é uma big planta, com 4.696 MW de capacidade. E é, também, razoavelmente, velha, operando desde 1971. Mesmo que a planta, ao final das contas, volte a produzir isto levará muitos meses.  Em 2007, outra planta da TEPCO, de 8.212 MW, chamada Kashiwazaki Kariwa teve que ser fechada devido a avarias por, também, terremoto na planta. Somente retomou a operação em 2009. Esta geração de energia, neste período, foi efetivamente substituída por GNL, com um impacto no mercado global através dos mais altos preços já praticados devido à demanda. 

 O mesmo pode acontecer de novo com o prazo de manutenção da planta nuclear da TEPCO Fukashima Daiichi. Substituir um ano inteiro da geração nuclear da Fukashima Daiichi com gás poderia requerer uma importação adicional de GNL na casa de 5-7 milhões de toneladas de adição às importações japonesas, que tiveram um recorde em 2010 de 70 milhões de tons. As mais prováveis fontes de suprimento deste GNL serão o Qatar e a Bacia do Atlântico, EUA principalmente.

Olhando em longo prazo, o Japão tem a terceira maior capacidade de geração de energia do mundo, um quarto do qual é nuclear, e tem a possibilidade de crescer, esta dependência, ainda mais. 

Em torno de 30% da energia é gerada por gás e pode, muito bem, aumentar, agora devido ao desastre, este percentual, com implicações para o mercado mundial de GNL em termos de demanda e preços.

Abraços e até a próxima!

Por

Luiz Henrique "Bull" Souza

 Oil&Gas Senior Adviser
Member of Gerson Lehrman Group
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